Navegando Posts publicados em janeiro, 2012

A Valoração que se Faz Necessária

“Women have served all these centuries
as looking glasses possessing the magic and delicious power
of reflecting the figure of man at twice its natural size.”
Virginia Woolf (A Room of One’s Own)

A mulher está muito perto da Natureza;
Há nela os mesmos encantos e os mesmos perigos.
Agostinho da Silva

Em 2010 escrevia a respeito de tese de doutorado defendida junto à USP pela professora Susana Igayara, na qual a pesquisadora abordava obras teórico-musicais escritas no Brasil na primeira metade do século XX por professoras e educadoras musicais. Tendo integrado o júri, impressionou-me a quantidade de trabalhos publicados em período em que a mulher não alcançara patamares sequer à base de igualdade com os homens (vide Uma Tese Diferenciada – A Mulher Brasileira e seus Textos sobre Música. 14/05/2011).
Considerando-se o período a partir da segunda metade do século XIX, é possível observar leves tentativas de emancipação da mulher nas mais variadas atividades. Se George Sand (1804-1876) foi exemplo em França, há que se considerar que sempre houve, ao longo da história, a presença de mulheres que se destacaram, apesar de não aparecerem publicamente, como educadoras, heroínas, artistas, intelectuais e empreendedoras. O nítido domínio dos homens era fator preponderante para uma verdadeira “imersão” da criatividade feminina. Se Berthe Morisot (1841-1895), Mme Curie (1867-1934), Clara Schumann (1819-1896) e tantas outras tiveram reconhecimento em  vida, a grande maioria ficaria no ostracismo e outras tanto tiveram valoração post mortem. Era a regra do jogo. Camille Claudel (1864-1943) tornar-se-ia o símbolo do talento artístico que, premido pela sociedade, sucumbiu em vida. E o que dizer de Anita Malfatti (1889-1964), que ao sofrer pressões estéticas, renunciaria a um estágio na pintura que certamente faria dela uma expressão a nível mundial?

É, pois, alvissareira a publicação de um  pequeno livro a destacar mulheres que tiveram brilhantismo em Portugal em período em que imperava o “machismo”, atitude ainda tão majoritária no planeta como um  todo (Mulheres do Alentejo na República. Textos de Anastásia Mestrinho Salgado, Carlos Emílio Carapinha e Idalete Giga. Chaves, Tartaruga, 2011).

Já na Introdução há referência a essa “mulher filha da burguesia mais instruída, diplomada pelas escolas politécnicas, escolas de medicina e veterinária, etc. (médicas, professoras, artistas)” que captavam determinados ventos ideológicos que começavam a soprar em Portugal. Essa mulher, graças ao comboio, iniciava através das viagens uma nova percepção da vida e de sua posição junto à sociedade, a ter, pois, papel fundamental na emancipação feminina, não sem duros percalços. Tem-se, ainda na Introdução, que “a transversalidade entre estes grupos de mulheres acontecia em vésperas da 1ª República. Era como se todas as mulheres portuguesas sonhassem o mesmo sonho – SER MULHER”.

O espaço a que me proponho tornar-se-ia pequeno para esboçar o perfil das dezessete mulheres estudadas, que abrange as mais diversas áreas. Todas tiveram destacada atividade e lutaram nas mais variadas frentes, no intuito de dignificarem a figura feminina na sociedade. Selecionei as três breves biografias traçadas com muita competência pela professora Idalete Giga, natural de Ciborro (Montemor-o Novo), portanto, alentejana da gema: Virgínia Quaresma (1882-1973), pioneira do jornalismo moderno em Portugal, segundo a estudiosa, Eunice Muñoz (1928- ), atriz relevante, e a célebre poetisa Florbela Espanca (1894-1930).

Virgínia Quaresma, licenciada em Letras e diplomada pela Escola Normal de Lisboa, foi notável jornalista, a preferenciar em sua atividade a reportagem e a entrevista política. Atuou em alguns dos mais importantes veículos de comunicação em Portugal. Esteve várias vezes no Brasil a partir de 1912 e, durante um bom período, residiu no Rio de Janeiro, a exercer sua profissão colaborando para o Correio da Manhã, A Época e a Gazeta de Notícias. Referencial um pronunciamento junto à Sociedade Promotora do Ensino Popular em Portugal: “Ser feminista é a minha única carta de recomendação, o meu único título de glória  no mundo intelectual. E não me dispensam dessa honra em parte nenhuma, embora eu saiba muito bem que o nosso meio social, ainda em grande parte, não compreende todo o orgulho, toda a altivez, toda a satisfação de razão e de consciência que me podem advir dela”.

Eunice Muñoz é possivelmente a mais importante atriz portuguesa e foi impecavelmente “retratada” desde as primeiros passos “hereditários”, empreendidos em companhia de seus pais. Aprendeu cedo o métier e o talento desabrochou com naturalidade. Idalete Giga tem o esmero de indicar a relação de todas as peças do repertório de Eunice Muñoz, nomeando-as e a oferecer, como suporte, a cronologia e os locais das apresentações. Impressiona a quantidade de peças de teatro que Eunice apresentou e continua a oferecer aos mais variados públicos. Cinema e televisão também fazem parte de seu universo. Seu repertório é imenso. É a atriz mais premiada em toda a história da dramaturgia em Portugal.

Ao se debruçar sobre Florbela Espanca, Idalete o faz com o respeito devido à grande poetisa alentejana que legou aos pósteros uma produção tão pequena, inversamente proporcional à qualidade. Florbela viveu em choque permanente, não apenas familiar, mas também com o meio social. Desde jovem quebraria regras de conduta,  graças à sua vida amorosa tão distante da rígida concepção moral de sua época e de suas irreverentes atitudes frente ao establishment. Casamentos, relacionamentos prolongados ou efêmeros motivando, sob o aspecto da criação, mesmo em temáticas outras, a presença do relacionamento amoroso, da esperança ou da desilusão e os enfrentamentos da mulher voltada à escrita. Tem ela a consciência da apreensão pública de suas obras. Esses permanentes conflitos, acrescidos de hereditariedade, levariam ao fim trágico aos 36 anos, quando a porta do suicídio tornou-se a única viável. De Charneca em Flor tem-se: “Queria encontrar Deus! Tanto o procuro!” Contestada ou mesmo rejeitada por setores mais puritanos da sociedade de seu tempo, Florbela Espanca tem sido, sur le tard, cada vez mais estudada pela expressividade de seus poemas. Idalete Giga sintetiza bem o perfil humano e criativo da artista: “Quando alguém nasce para além de seu tempo, como foi o caso desta extraordinária poetisa alentejana, tal facto suscita o mais vivo interesse. Florbela Espanca estava, sem dúvida, avançada em relação à sua época em que as mulheres viviam completamente subjugadas e dependentes dos homens, fossem pais, maridos ou irmãos. Não tinham quaisquer direito, mas apenas deveres. Florbela Espanca era a antítese da mulher dependente e subjugada. Artista de rara sensibilidade poética, independente e livre pensadora, mostrou-se sempre tal como era, sem máscaras, sem preconceitos. Por isso, a sua vida foi uma luta constante, cheia de sofrimento, dificuldades, desilusões e a sua obra incompreendida pela sociedade de seu tempo”.

Ao leitor transcrevo um dos poemas de Florbela Espanca:

Mistério

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!  

 Mulheres do Alentejo na República é livro a ser visitado. Oxalá a temática, a abranger o perfil da mulher em períodos onde a emancipação mostrava-se uma heresia, surgisse mais acentuadamente. Se de um lado essas desbravadoras em busca da igualdade e do reconhecimento do valor da mulher são paulatinamente reconhecidas numa sociedade ocidental aparentemente igualitária, sob aspecto outro a mulher objeto, que se oferece aos amplos meios de comunicação, mormente na condição de desnudamento, apenas retarda a inserção feminina plena, sem restrições, em todas as áreas da atividade humana.

This post is an appreciation of the book “Mulheres do Alentejo na República” (Women from Alentejo during the Republic), written by Anastásia Mestrinho Salgado, Carlos Emílio Carapinha and Idalete Giga.  It portrays 17 women from the region of Alentejo in Portugal that have been outstanding in their specific fields of activity. For space reasons, I’m unable to mention the 17 women, thus selecting only 3 of them: Virginia Quaresma (journalist), Eunice Muñoz (actress) and Florbela Espanca (poetess). But all the personalities depicted are strong women who transcended the limits imposed to their gender, going where few women dared to go.

Ou o Eterno que Enriquece o Cotidiano

Quem não labuta,
não manduca.

Adágio açoriano

Uma das maiores dificuldades de um cidadão em nosso país é abrir uma firma comercial. Maior ainda no momento da desilusão, quando se faz necessário encerrá-la. Se micro-empresário, a dor pode ainda ser mais intensa, pois nada mais resta de seus parcos recursos. O nosso Estado é o Leviatã que tudo devora, nada lhe escapa. Não há sentimento algum, apenas a necessidade de se arrecadar. Desamparado, aquele que tem o infortúnio de viver esse abrir e fechar sabe muito bem a que me refiro.

Há o personagem com recursos humanos e verbais para iniciar um pequeno negócio, não o fazendo pela ausência absoluta de capital, e outros que o próprio Leviatã destruiu com o peso  de encargos. Estou a me lembrar que em 1987 estava em Nova York com dois amigos músicos. Certo dia fomos para a abertura de uma firma em nome de um deles, americano. Indagamos e apontaram-nos um prédio como qualquer dos milhares existentes na cidade. Perguntamos pelo cidadão que fazia abertura de firmas. Era o próprio zelador, que estava em manga de camisa. Ele retirou-se e voltou com paletó e gravata, a trazer um livro e carimbo. Escreveu o necessário. O amigo americano e o outro - brasileiro residente nos Estados Unidos – assinaram,  este último como testemunha, e o cidadão, como “autoridade”, disse que tudo estava sacramentado. Pagaram uns pouquíssimos dólares. Perguntei-lhe se era tudo. Sim, respondeu-me, e não é assim também em seu país? Falei-lhe das longas filas em cartórios, tabeliões, a parafernália de carimbos, os vários compartimentos governamentais a serem visitados, assim como o preço absurdo para essa abertura de empresa. Disse-lhe ainda que as assinaturas levam outro carimbo, a fim de serem autenticadas, etc, etc… Ficou atônito, mormente quando lhe disse que cartórios são hereditários. Incrédulo indagou-me: “seu país tem monarquia”? Após, saímos para almoçar.

Conheço Marcelo há muitos anos. Sempre que atravesso a Avenida Santo Amaro para ir ao supermercado no fim de tarde, sei que vou encontrá-lo. Pelo vozeirão de Marcelo é impossível não o perceber. Há 23 anos carrega consigo suas “mercadorias” e vende nas duas paradas de ônibus, direção Santo Amaro, biscoitos, salgadinhos, balas e refrigerantes. Marcelo é do bem.  Sente-se nele o potencial do “mini-micro” empresário que carrega nas mãos fortes a sua “empresa” ambulante. Tem fiéis compradores constituídos por trabalhadores que sobem as ruas desde a marginal, preferencialmente mulheres que trabalham em residências, e que pegam suas conduções em direção à ampla zona sul da cidade. Retorno aos lares após árdua labuta.

Fascinam-me em Marcelo sua interação com o meio e a qualidade de seus pregões. Todos gostam de nosso personagem, pois jamais o vi de mau humor. Sempre a sorrir e a conversar com passageiros à espera dos ônibus ou trocando palavras amistosas com muitos motoristas dos veículos públicos. Compreende seus clientes. Deles se aproxima, a proferir seus pregões. Participa de suas transitoriedades, pois por vezes senta-se e conversa com alguém, faz afago em uma criança e, mercê da quantidade de guloseimas, vende lá os seus produtos àqueles trabalhadores que terão ainda de enfrentar longos trajetos até destinos finais. E nada mais apropriado do que, por poucos trocados, levarem algo para disfarçar o estômago nesse retorno que pode se prolongar, a depender do caótico trânsito de nossa urbe. Tantas vezes já insisti em blogs sobre o descaso absoluto que as autoridades têm por esses heróis anônimos que se apinham em ônibus e metrôs diariamente.  

Marcelo poderia alardear os produtos, nomeando-os à exaustão, como fazem quase todos os vendedores na mesma situação. Não o faz. Procura sempre frases que pressupõem ao cliente tratar-se de uma firma, mesmo que ambulante. Transmite ao comprador, de maneira sincera, o seu cotidiano, essência de seus pregões.  Daí diferenciar-se tanto dos “colegas de ofício”. Há em Marcelo esse dom do marqueteiro que sabe vender seu produto sem se mostrar, contudo, um interesseiro. Basicamente não os anuncia. Interessa a Marcelo prender a atenção do comprador para oportunidades “únicas” ligadas ao seu cotidiano. Sob aspecto outro, sua presença física a lembrar um profeta à antiga, torna-o figura respeitada por todos. Quase sempre nos cumprimentamos e tenho grande prazer em vê-lo lépido e ativo.

Um dia pedi-lhe que me falasse sobre sua origem e passado. Natural de Feira de Santana, na Bahia, trabalhou durante 18 anos como operário encarregado de bater as estacas que fundamentam as centenas de edifícios pelo bairro. Dirigiu seu olhar para o entorno e disse que muitos daqueles prédios tiveram os seus préstimos. Após tantos anos a suportar trepidação e barulho intenso, resolveu ser independente. Há 23 anos é o ambulante da confraternização, pois todos têm por ele muita afeição.

Em certo momento disse-lhe que tinha guardado na memória uma série de frases por ele ditas diariamente e que têm lá sua graça, tencionando escrever sobre sua atividade junto aos dois pontos de ônibus. Abriu um grande sorriso quando afirmei que tiraria umas fotos durante o pleno desempenho de sua “firma”. Foi o que fiz dias após.

Compartilho com meu leitor alguns dos costumeiros pregões de Marcelo, sempre proferidos em alta voz: “hoje vou vendê tudo mais barato… quero ir mais cedo pra roça”; “liquidação total, tá tudo mais barato”; “só hoje vou vendê mais barato”, e nomeia determinado produto; “você precisa gastá o dinheiro… liquidação… tenho de ir embora”; “estou pedindo um peixinho (moedas) pra sorte me ajudá”; “se todos me derem um peixinho não precisarei  ir mais pra roça”; quando as vendas estão fracas “hoje tô comendo mais do que tô vendendo… vamo lá pessoal”,  “se vocês não me ajudá vou pra roça plantá feijão, arroz e soja”.

Grande Marcelo. Sintetiza ele a figura desse povo que, apesar de todas as mazelas, guarda ainda a pureza nas intenções, não deixando de perder o senso da confraternização. Marcelo persiste em atividade hoje cada vez mais concorrida. É só verificarmos os pontos de ônibus da cidade e pequenos tabuleiros de ambulantes a tudo vender. Marcelo é figura ímpar por ser o autêntico “negociante” a carregar seus cestos com a alegria pela escolha do ofício, décadas atrás. Não é o cliente que vai ao seu encontro. Procura-o e o “seduz”. Que continue com essa contagiante maneira de ser.

His week’s post is about a personality of my neighborhood: Marcelo, a street vendor that, carryng two huge baskets, sells his wares at the nearest bus-stop. Always in a good mood and smiling, he announces his candy bars, potato chips, chewing gums and soft drinks aloud, captivating buyers with attention getting and funny slogans full of originality.

Interpretações Diferenciadas de Tema Crucial

Detesta o cientista toda a contradição;
o artista não a julga;
o religioso a absorve no melhor do seu deus.
Agostinho da Silva

Foram inúmeros os e-mails e telefonemas recebidos após a panorâmica que apresentei do ano de 2011, quando não sentia o que comemorar nesse mundo tão conturbado. Frases curtas, incisivas, desalentos e esperanças marcaram as mensagens. Somos constituídos dessa ambiguidade, razão pela qual ainda encontramos tanto interesse na existência. Há  a intenção dialética a nortear os posts, uns mais amenos, referentes ao cotidiano que me encanta, outros a tentar atingir o cerne de determinados temas sócio-culturais.

Selecionei três e-mails recebidos de França, Portugal e do Brasil. François Servenière, compositor, orquestrador e arguto pensador francês colocou posições de esperança, a acreditar nos ciclos permanentes, na juventude e na renovação do espírito do homem após graves crises.

“A crise é terrível para a juventude européia, mas não é desesperadora. As crises são sempre momentos iniludíveis de tomada geral de consciência, mas também de renovações, da colocação em seus verdadeiros lugares do trabalho, da coragem, justamente quando a verdade dos homens e das mulheres se apresenta por inteiro. Os políticos frente à crise tornam-se também melhores, por definição em todos os países do mundo e em todos os períodos históricos, diferentemente daqueles que se alimentam fartamente nos tempos de riqueza, quando a corrupção mais prospera. As crises permitem zerar aferidores, valorizar e evidenciar pessoas mais sólidas e mais meritórias que tantas vezes, em períodos de vacas gordas, não têm a  ‘capacidade’ nem o cinismo de criar seu espaço nos meandros tortuosos dos negócios escusos. Segundo antiga fórmula, ‘desgraça é bom para qualquer coisa’, o que significa que dos escombros há sempre e invariavelmente o renascimento. Eu não acredito no ‘depois de mim o dilúvio’, que tantas vezes ouvi de antigos desesperados (também, paradoxalmente, viveram períodos mais negros do que nossa atualidade), que em determinados momentos acreditaram que o mundo iria deteriorar-se inteiramente ou ter trágico fim. A força da juventude estará sempre presente para enfrentar novos desafios, sejam eles quais forem. Nós fomos, somos e continuaremos a ser idênticos no fundo de nossas almas. O período é difícil, e o Brasil, através das suas descrições, parece inclinado a conviver com certa facilidade corruptiva. Suas comparações fubebolísticas relacionadas às equipes do Brasil e da Europa devem ser lidas com atenção. É necessário saber que as equipes européias vivem da mesma maneira que os Estados onde se situam e que elas estão endividadas de uma maneira análoga a esses Estados, sem contar que o esporte espanhol, que domina o mundo, é também acusado de abrigar método inusitado de dopping, pois até hoje não detectável. Corrupção, pois, lá também!”

Idalete Giga, especialista em canto gregoriano e pedagoga sensível em Portugal, é mais cáustica e vê a atualidade um pouco à maneira que a entendo, onde a corrupção e a ganância, sem limites de governantes e empresários inescrupulosos estão a destruir costumes, ética, moral e… o planeta.

“Impressionou-me também o post de hoje, E um Outro Final de Ano – Há o que comemorar neste País? O balanço que faz do Brasil e do mundo actual, com tantos problemas por resolver e cheio de políticos cada vez mais corruptos e insensíveis é, infelizmente, uma realidade. Continua a haver uma imensa hipocrisia, mesmo naqueles organismos mundiais que deveriam defender os povos e os mais fracos, como a ONU, FMI, BCE,OMC , etc.etc,etc. Estes organismos estão cheios de corruptos. Se assim não fosse, a fome, as doenças, as guerras, ( que são um negócio absurdo, aberrante), o analfabetismo, a escravização dos que produzem riqueza, o tráfico de seres humanos, a droga e tantos outros males já não existiriam no nosso planeta tão massacrado, tão violentado pela ganância vampiresca do lucro. Mas o sistema económico e financeiro do mundo actual, baseado nesta ganância insaciável, tem os dias contados. Não poderá manter-se. Cairá por si, porque os povos revoltar-se-ão cada vez mais, em escala planetária. Os ditadores estão caindo um a um!!!! A sociedade civil está a organizar-se um pouco por toda a parte para uma desobediência civil generalizada. É uma questão de tempo…. Serão verdadeiras bombas atómicas que destruirão os perversos e criminosos mercados bolsistas que (des)governam o mundo inteiro!”

Flávio de Araújo, radialista, comentarista e jornalista esportivo de grande mérito apreende a mensagem que tentei transmitir da pobreza de nosso atual futebol.

“Aproveitei para me aprofundar em seus conhecimentos sobre a tão falada crise do euro e que trouxe em seguida a excelente análise sobre o nosso futebol. Como temos compreensões que se identificam… Na Copa São Paulo até me inspirou a fazer uma pequena modificação em um texto que estou preparando para segunda-feira. Comentara o assunto e me esquecera dos empresários de cadernetas na mão”.

Oxalá possamos ser mais otimistas neste novo ano. As premissas não são alvissareiras, mas caminhemos. É o que podemos fazer.

Readers of my post about the New Year submitted online comments with their own opinions about the future. The post of this week is a selection of some messages I received, each expressing a different view.