Guardo-os com carinho


Amigos e parentes têm insistido ao longo dos anos para que eu escreva blogs sobre artistas voltados às artes plásticas que me privilegiaram, antes e durante recitais de piano e em situações outras, com desenhos e pinturas. Sempre relutei, mas, reorganizando meus arquivos gerais, encontrei uma pasta com diversos desenhos coloridos ou não, que foram realizados por artistas ou amadores em nossas terras ou alhures, máxime durante minhas apresentações pianísticas. Aos 86 anos, após um último apelo de minha mulher Regina e a anuência das nossas filhas, resolvi inserir nos blogs que seguem esses desenhos que me são caros e que cobrem a longa trajetória, não sem antes afirmar que não tenho intimidade com a luz dos holofotes, pois ela poderia camuflar o essencial do meu propósito erigido desde a adolescência, o culto à Música. Retirei os trabalhos artísticos da pasta em que estavam cuidadosamente guardados e os apresento, historiando-os. Necessário dizer que as artes plásticas e a literatura sempre me fascinaram. No primeiro caso, tive a sorte de conviver com artistas de expressão ao longo da existência, apesar de ser nulo com um lápis na mão, talento este que ficou com a nossa filha Maria Fernanda.  Pela literatura sou um aficionado desde a infância, dedicando-me igualmente à literatura musicológica ou voltada aos temas livres desde 2007 nos blogs semanais.

Aos 10 de Dezembro de 1954 dei um recital de piano no Teatro Colombo no Lago da Concórdia, no Brás. Infelizmente, o Teatro, com cerca de 2.000 lugares, não sobreviveu a um incêndio em 1966. Compareceram ao recital músicos relevantes do meio brasileiro: Camargo Guarnieri (1907-1993), Antonieta Rudge (1885-1974), Guiomar Novaes (1894-1979) e Felicja Blumental (1908-1991), pianista polonesa que viveu alguns anos no Brasil. Mencionei-a nos blogs a respeito da Domenico Scarlatti e Carlos Seixas. Ao finalizar a apresentação, a pianista me ofereceu um desenho feito durante a execução sobre o programa distribuido.

Iracy, colega do início do curso clássico no Liceu Pasteur (1955), vinha estudar em casa. Fez um desenho a pormenorizar peças e quadros no quarto de estudos. Findo o curso, não mais tive contato com o bom colega.

Em 1971 apresentei no Teatro Itália, em dois recitais, a integral de Jean-Philippe Rameau para teclado, interpretada ao piano. Dois desenhos foram realizados em torno desses eventos. Mario Zanini (1907-1971), um dos mais significativos pintores do Grupo Santa Helena, foi um amigo muito estimado. Várias vezes visitei-o em sua morada na região do Cambuci. Quando lhe disse dos recitais Rameau, e que estava a preparar o programa impresso, pediu-me para ficar sentado e imóvel, realizando com segurança um desenho que ilustraria o programa distribuído nos saraus. Compareceu aos recitais e, infelizmente, faleceria dois meses após.

Clique para ouvir, de Jean-Philippe Rameau, Les Cyclopes, na interpretação de J.E.M.:

https://www.youtube.com/watch?v=Hl0I3svTKnI&t=12s

O pintor Theodoro Meirelles (1916-2009), cujas telas figurativas externavam o seu de profundis em cenas bucólicas, tranquilas, compareceu aos recitais. Sem fazer parte do Grupo Santa Helena, frequentou-o. Fiquei-lhe grato pelo desenho que fez num dos programas. Disse-lhe na ocasião que ele havia captado a essência da minha concentração ao executar a sublime obra de Rameau. Dez ano após, faria outro desenho quando do recital inteiramente dedicado a Henrique Oswald no MASP em Agosto de 1981.

Menotti Del Picchia (1892-1988), figura ímpar em nossa cultura literária, era casado com a ilustre pianista Antonieta Rudge (1885-1974). O casal compareceu ao recital no MASP (1972), quando da integral das Sonatas Bíblicas de Johann Kuhnau (1660-1722). Dias após, o ilustre literato ofereceu-me um desenho com significativa dedicatória.

Clique para ouvir, de Johann Kuhnau, Sonata nº 5, Gideão, salvador do povo de Israel, na interpretação de J.E.M.:

https://www.youtube.com/watch?v=YD-YqQ2wc80&t=9s

Na apresentação de obras do compositor Willy Correa de Oliveira (1938-) no Museu da Imagem e do Som, compareceu um nosso amigo comum, o crítico musical e artista plástico Enio Squeff (1943-), que concebeu um desenho colorido.

Benedito Lima de Toledo (1934-2019), ilustre arquiteto, urbanista e historiador, foi meu colega uspiano e durante um tempo participamos do Concelho Universitário da Universidade de São Paulo. Desse período, fez um desenho a evocar o nosso convívio amistoso.

No próximo blog abordarei os desenhos idealizados por um dos artistas mais criativos que conheci, pioneiro da arte do grafite em nossas terras, John Howard, falecido recentemente (1938-2024).

O Brasil perdeu no dia 30 último um dos pianistas mais significativos da sua história, Arthur Moreira Lima (1940-2024). Laureado em três dos mais importantes concursos mundiais, Chopin em Varsóvia, Tchaikovsky em Moscou e Leeds na Inglaterra, Moreira Lima deixou gravações absolutamente notáveis. Fomos colegas em Paris, no início da década de 1960, quando sob a orientação dos ilustres Mestres, Marguerite Long e Jean Doyen. Após fixar-se definitivamente no Brasil, incorporou ao seu vasto repertório, clássicos da MPB. Arthur Moreira Lima, um grande pianista.

Lamentável a posição da grande mídia impressa, televisiva e on-line que se desdobra em material sobre personagens do rap, do funk, do sertanejo descaracterizado quando dos seus falecimentos, mas ventilando, como por caridade, as mortes de três grandes  intérpretes pátrios, os pianistas Nelson Freire (1944-2021) e Arthur Moreira Lima e o violoncelista Antônio Menezes (1957-2024), músicos de reconhecimento mundial. Paradoxalmente, os três permanecerão na história.

Clique para ouvir, de Chopin, a Polonaise op.44, na interpretação de Arthur Moreira Lima:

Arthur Moreira Lima | Chopin – Polonaise Op.44 (1985)

Encouraged by friends and relatives, I will dedicate a few blogs to artists or amateurs who have honoured me with drawings or paintings related to my pianistic activity. At the end of this first blog, I mourn the death of one of Brazil’s most significant pianists, Arthur Moreira Lima. We were colleagues in Paris in the early 1960s in the classes of masters Marguerite Long and Jean Doyen.

Comunico aos prezados leitores que foi publicada online no “Estado da Arte” do Estadão (30/10/2024) a entrevista conduzida pelos professores Aurora Bernardini e Valteir Vaz a respeito da minha trajetória. Sinto-me honrado.

https://estadodaarte.estadao.com.br/musica/entrevista-com-jose-eduardo-martins/

 

 

 

 

Conversa que despertou a memória

A percepção nunca está puramente no presente,
pois tem de recorrer à experiência do passado.

Oliver Sachs (1933-2015)
(“Alucinações musicais”)

Ao longo dos anos não foram poucas as vezes em que mencionei Marcelo, amigo que encontro por vezes na feira livre do Campo Belo aos sábados. Lê os blogs semanais e, quando nos encontramos, sempre há perguntas inteligentes que busco responder. Vi-o no início do presente mês em um dos supermercados que frequento e voltamos a conversar prazerosamente. Entre outros assuntos do cotidiano, fez-me conhecer um problema que o atingia relacionado à perda quase plena de audição do seu ouvido esquerdo. Deveria ser operado dias após o nosso encontro. Antes de saber o mal que o acometia, notei que ele, ao me ouvir, virava ligeiramente o pescoço em direção à direita. Causou-me espanto quando ouvi Marcelo comentar o seu desânimo ao ouvir música. É motivo de alegria saber que ele ouve as músicas que insiro nos links dos posts semanais. Disse-me que algo estranho tem ocorrido, pois está perdendo a vontade de ouvir, pois a escuta a partir de um só ouvido “não tem graça”, como me afirmou. Tomamos um curto na lanchonete do estabelecimento e nos despedimos. Soube nesta semana que a cirurgia correu a contento e ele está a se recuperar. Recordei-me de um aluno que teve poucas aulas de piano em tempos idos e que não tinha nenhuma audição em um dos ouvidos desde a infância. Naturalmente inclinava a cabeça para um lado ao executar uma música.

Fiquei a pensar no problema do Marcelo e veio-me à memória um capítulo de um livro do renomado neurologista, psiquiatra, professor e escritor anglo-americano Oliver Sachs (1933-2015), nascido na Inglaterra e que se fixou nos Estados Unidos, tendo uma vasta e diversificada contribuição literária (“Alucinações Musicais”, São Paulo, Schwarcz, 2007).

No capítulo em questão, “Em estéreo ao vivo: por que temos dois ouvidos”, o autor inicia mencionando um médico norueguês, dr. Jorgen Jorgensen, com quem mantinha correspondência e que perdera a audição do seu ouvido direito após cirurgia. Observa o médico escandinavo: “A percepção das qualidades específicas da música – o tom, o timbre – não mudou. Mas a minha recepção emocional da música ficou prejudicada. Tornou-se curiosamente monótona e unidimensional”. Especificações existentes na música, como altura sonora, ritmo, tempo e as curvas das linhas musicais, crescendo e diminuendos, são elementos que podem se  tornar prejudicados quando da escuta através de um só ouvido. Sachs comenta que ocorrem diferenças óbvias na escuta espacial e distingue “cantar em uma sala de concerto ou no chuveiro”. Têm interesse as suas reiteradas chamadas às diferenças de se ouvir em mono ou em estéreo, tendo em conta igualmente a reverberação.

Dr. Sachs insiste que aquele que, por circunstâncias várias, está desprovido da audição plena, desenvolve um efeito “pseudo-estéreo”. Observa: “A genuína percepção em estéreo, seja ela visual ou auditiva, depende da capacidade do cérebro para inferir a profundidade e a distância (além de qualidades como rotundidade, amplitude e volume) com base nas disparidades entre o que está sendo transmitido pelos dois olhos ou ouvidos individualmente – uma disparidade espacial no caso dos olhos, e temporal no dos ouvidos.”

Relevante a analogia que o autor estabelece para aqueles que perdem a visão de um olho. Oliver Sachs explica: “As repercussões da perda da estereoscopia podem ser inesperadamente abrangentes; incluem não só a dificuldade de avaliar a profundidade e a distância, mas também um ‘aplainamento’ de todo o mundo visual, tanto na esfera perceptual como na emocional”. Seria possível entender que a situação, que se estende igualmente à percepção espacial, condiciona adaptações a que o mental pouco a pouco se acostuma, sendo que, se porventura a visão volta a ser binocular, sensações extraordinárias se abrem. Após considerar que o humano, não tendo largamente a acuidade ocular e auditiva da maioria dos animais, acaba aperfeiçoando minimamente os seus sentidos visual e auditivo. Escreve o neurologista: “É a estereofonia que permite aos espectadores de um concerto deleitar-se com toda a complexidade e o esplendor acústico de uma orquestra ou de um coro que se apresenta em uma sala de espetáculo projetada para que a audição seja a mais rica, refinada e tridimensional possível – uma experiência que tentamos recriar, da melhor forma, com dois fones de ouvido, alto-falantes estéreo ou som surround”.

Se existem cidadãos impossibilitados nos casos elencados, há que se entender que, a depender da acuidade e do esforço mental dos que perderam a audição de um ouvido e a visão de um olho, atenuantes existem e o empenho voluntário ameniza as ausências da escuta ou da luz, respectivamente, aos acometidos por esses problemas. Sachs menciona “o aumento da habilidade de fazer avaliações usando um único olho ou ouvido, um uso intensificado das pistas monoculares ou monoaurais”. Continua: “A pessoa que perdeu a estereocopia ou a estereofonia precisa, efetivamente, recalibrar seu ambiente, seu mundo espacial – e, nesse caso, o movimento é especialmente importante, até mesmo os movimentos da cabeça relativamente pequenos, mas muito informativos”. Relata Sachs que, através de muitos esforços mentais, o dr. Jorgensen, mesmo sem a audição do ouvido direito, encontrou, através de um esforço mental, algum resultado que o fez ter um conforto ao ouvir música com apenas o ouvido esquerdo.

Dr. Francisco de Paula Pinto Hartung (1893-1953), renomado otorrinolaringologista, escreveu dois livros de interesse sobre “Chopin – Enfermidade e Arte” e “A Surdez de Beethoven – aspectos clínicos e históricos”. Neste, pormenoriza o mal que acometeu o compositor, causas, consequências, enumerando etapas. Li-os décadas atrás. A leitura da vasta correspondência de Beethoven corrobora interpretações quanto à sua surdez. Se pensarmos que algumas de suas obras mestras, incluindo a possivelmente mais consagrada Sinfonia da história, a célebre Nona Sinfonia, assim como as quatro mais importantes Sonatas para piano solo, opus 106 (Hammerklavier), 109, 110 e 111, e os últimos quartetos, todas essas criações foram concebidas no silêncio auditivo externo a partir de 1819, quando a capacidade auditiva de Beethoven era basicamente nula. Se pensarmos que o cidadão versado minimamente em música, sem se expressar cantarolando, pode rememorar melodias que o agradam, inclusive com as letras desses cantos ao gosto do público. Essas melodias ecoam, pois gravadas na mente. Beethoven criou todas as extraordinárias obras finais da existência apenas com a escuta interna, substanciada por todo o acervo composicional adquirido por uma figura sob a aura da genialidade. Certamente foi um exercício hercúleo transcrever o que estava na mente sem qualquer auxílio instrumental. Teria a Nona Sinfonia a magnitude que dela emana, plena de sentimentos contraditórios e dramáticos, se a audição do Mestre alemão estivesse perfeita? Mistérios.

With regard to a hearing impairment that affected my friend Marcelo, who goes to the same street market as me in Brooklin-Campo Belo, I would like to quote Dr Oliver Sachs, who addresses the subject in his book “Musicophilia – tales of music and the brain”.

Ives Gandra Martins em artigo basilar

Dou muito mais valor a um juiz de primeira instância,
seja federal ou estadual, que passa por um concurso exaustivo,
do que magistrados que, por melhores que sejam,
precisam fazer campanha de amizade
e contar com excelente relacionamento com o presidente da República.
Ives Gandra Martins
“Blog do Fausto Macedo” (Estadão, 08/10/2024)

Inúmeras vezes comentei que, nos mais de 900 posts, nunca abordei temas relacionados à política e aos Três Poderes, em conjunto ou separadamente. Meus temas são essencialmente culturais, máxime a Música e, por vezes, escrevo sobre fatos do cotidiano que me surpreendem. Ao ler artigo do meu irmão Ives, notável jurista, a respeito da constituição do Poder Judiciário, decorrente da apresentação de um trabalho do economista José Pastore, “Custo da insegurança jurídica”, entendi o alcance do seu pensamento quanto às escolhas dos membros dos Tribunais Superiores. Partindo da atual composição do Tribunal Superior do Trabalho, estende-se ao Supremo Tribunal Federal.

Entende Ives Gandra Martins que escolhas para as Cortes Superiores deveriam  contemplar aqueles que passaram por concursos complexos e que têm a experiência adquirida nas várias instâncias jurídicas. Seriam estas que amadurecem o futuro ungido aos Tribunais Superiores.

É tão fácil deduzir que, para a carreira acadêmica em universidade pública, no caso a Universidade de São Paulo, há degraus e eles são percorridos através dos anos ou décadas. A categoria básica é a do Auxiliar de Ensino detentor do curso de graduação. A progressão passa por etapas, Mestrado, Doutorado, Livre Docência e Titulação. Integrei durante alguns anos o Concelho Universitário da USP. Quanto à escolha do Reitor, a Comunidade universitária opina, a Assembleia Universitária seleciona e dela fazem parte: Concelho Universitário, Concelhos Centrais, Congregações das Unidades, Concelhos Deliberativos dos Museus e Institutos Especializados. Há toda uma tramitação que pressupõe debate público entre os postulantes, consulta à comunidade, eleição para composição da lista tríplice, votação e apuração, nomeação do novo Reitor e seu vice pelo Governador. Esse rigor, que deveria existir na escolha de um Ministro dos Tribunais Superiores, inexiste. Um professor bacharel não seria escolhido Reitor da USP, mas um advogado pode ser ungido para o STF após indicação do presidente de plantão e a aprovação pelo Senado, que na realidade – assistindo-se ao histórico — apenas ratifica a escolha presidencial.  Ives Gandra Martins, nesse artigo basilar, comenta: “Hoje, no Supremo Tribunal Federal, temos três Ministros que vieram da magistratura e oito que não vieram. São profissionais competentes, mas amigos do presidente. Apesar de eu respeitar e admirar esses Ministros, com alguns dos quais escrevi livros, essa mentalidade tomou conta do nosso Poder Judiciário, gerando a insegurança jurídica e as distorções que constatamos na excelente apresentação do professor José Pastore, que não serão facilmente reformadas”.

Em outro segmento de “Amigo do rei”, o jurista Ives Gandra Martins escreve: “Vemos a campanha feita pelo governo no sentido de reestatização de determinadas empresas e, ao mesmo tempo, a forma como cargos de empresas estatais, principalmente a Petrobras, têm sido novamente loteados, como eram no passado. Sabemos perfeitamente que, quando a empresa não pertence aos donos, nem aos acionistas, ou a ninguém em particular, torna-se campo fértil para a corrupção”.  Assistimos, durante a extinta Lava Jato, figuras “importantes” nas Estatais e nas Empresas Privadas devolverem rios de dinheiro. Hoje todos gozam da plena liberdade. Sem mais comentários.

Ives Gandra Martins, após historiar o Velho Testamento, conclui “que o pior período de Israel foi quando governado por juízes. É que os juízes não têm contato com o povo”.

Acredito que a rejeição de considerável parcela do povo a respeito dos membros do STF advém da preponderância até abusiva em tantas decisões. Estou a me lembrar de apenas dois Ministros do STF que tive o prazer de conhecer, Ministro Eros Grau (2004-2010) e Ministro Carlos Mário Velloso (1990-2006). Visitei Eros Grau em sua morada em Tiradentes (MG) após recital de órgão que dei na magnífica Igreja Matriz de Santo Antônio, e durante um período fomos membros do Conselho Universitário da USP. Em missão especial chefiada pelo Ministro Carlos Mário Velloso, Ives, João Carlos e eu viajamos à Romênia. Entre reuniões oficiais, João Carlos e eu demos recitais de piano em várias cidades romenas. Ambos os Ministros podiam andar pelas ruas brasileiras sem jamais serem molestados, muito pelo contrário, eram saudados.

Creio fulcral o término do artigo de Ives Gandra Martins: “O trabalho nas faculdades e escolas é crucial para que uma nova geração enfrente esse desafio. Aos 89 anos, essa luta não é mais minha, mas de vocês. Este é o grande drama do Brasil e a verdadeira batalha que enfrentamos. A essa altura, uma batalha que não será fácil. Há de termos, entretanto, uma democracia com harmonia e independência dos Poderes, cada um nos limites constitucionais que lhe foram concedidos”.

Tenho grande orgulho de tê-lo como irmão. Independentemente do grande jurista que é, autor de mais de uma centena de livros, Ives é uma figura irretocável sob todos os aspectos, fato raríssimo na atualidade.

Clique para ouvir, de Tchaikovsky, Doumka. A gravação ao vivo foi realizada pela Rádio Central de Moscou em 1962. É um pequeno tributo ao querido irmão, pois uma de suas músicas preferidas.

Tchaikovsky – Dumka – José Eduardo Martins – piano (youtube.com)

 

After reading a fundamental article by my brother Ives Gandra Martins, a noted jurist, I decided to comment on some of his positions stated in his post “The king’s friend”, published on Fausto Macedo’s blog (’Estadão’, 2024, 10/10).