Navegando Posts publicados em novembro, 2007

Preferências Eleitas

Je n’ai plus même pitié de moi
Et ne puis exprimer mon tourment de silence
Tous les mots que j’avais à dire se sont changés en étoiles
Un Icare tente de s’élever jusqu’à chacun des mes yeux
Et porteur de soleils je brûle au centre de deux nébuleuses

Guillaume Apollinaire

É característica humana eleger preferências. De toda ordem elas existem e comprovam a assertiva. Países, cidades, lugares, alimentos, profissões, amizades e companhias afetivas, autores literários, compositores, artes no sentido amplo, opção religiosa são privilegiados ao longo de nossas trajetórias. A empatia tem origem profunda ou não, a poder inclusive surgir por mero acaso. Geralmente, a escolha feita tende a sedimentar-se ou servir, acúmulo certificado, para outras escolhas ramificadas daquela. Necessitaria o homem desses amparos a indicar-lhe o norte, e fazem parte de sua formação integral.
No final de 1958, estudava em Paris e, ao tocar nos cursos de piano de Marguerite Long, encontrei o ex-cônsul da França em São Paulo, Baron André de Fonscolombe. Diplomata na acepção, era também um amante da música, pois tocava e cantava com prazer. Convidou-me para ir ao seu apartamento na Avenue Hoche, nº 4. Nascia um relacionamento que se prolongou por um bom tempo. Depois, como diplomata sediado no Quai d’Orsay – corresponde ao nosso Itamaraty –, ele foi ocupar um outro posto fora da França.
Durante esse período, quase todas as quartas-feiras à noite jantava informalmente com Monsieur le Baron, em companhia de sua esposa, filhos, Simone de Saint-Exupéry, prima irmã do anfitrião, e um príncipe russo. Poderiam ser apenas reuniões triviais, não fossem as extraordinárias sessões após o jantar. André de Fonscolombe apagava as luzes e deixava apenas um abajur aceso. Simone, irmã de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), sentava-se perto da luz, retirava de uma pasta algumas folhas e lia trechos de Citadelle, obra prima do piloto-escritor. Foram inúmeras as sessões de leitura nas quais, pausadamente, Simone enfatizava os escritos e os vários segmentos juntados, a fim de se chegar ao texto final, que seria publicado em 1959, com outras obras do autor, na coleção Bibliothèque de la Pléiade (France, NRF, 1008 págs.). Simone esteve à testa desse hercúleo trabalho, no qual não faltou a interpretação de palavras chaves de Citadelle, mas com significados diferentes no transcurso das narrativas que compõem o livro. Dissera que o trabalho fora imenso, pois Saint-Exupéry escrevia e por vezes deixava gravado alguns textos, que eram transcritos posteriormente. Fez-nos ouvir alguns desses registros com a voz do autor. Os textos de Citadelle, muitas vezes, remetem à mesma temática desenvolvida sob outros contextos. Após uma interrupção para a tizane, eu tocava num Erard de meia cauda peças que estava a estudar. Voltava-se à leitura e, por vezes, ficávamos a ouvir sentados sobre os tapetes. Ao finalizar, Simone respondia às nossas indagações a respeito de Citadelle como síntese do pensamento do ilustre humanista. A magia dessas reuniões planava sob a aura do personagem no sentido profundo de sua dupla ação: o piloto solitário que entendia a mensagem das estrelas na longas noites a sobrevoar continentes e oceanos, e o escritor que em sua obra maior, Citadelle, captava as reações humanas, boas e más, a interpretá-las. Nos solilóquios aos quais o autor se impõe na obra, há sempre a profunda reflexão sobre o homem e suas aspirações. Simone sabia traduzir-nos intenções ocultas contidas na criação e Saint-Exupéry penetrava-nos através de parcela de sua dimensão. Apesar de o piloto-escritor ter em mente o plano geral da obra, ela ficaria inconclusa. Todavia, a reunião de textos visando ao livro final publicado daria a este monumentalidade. Como afirma Simone de Saint Exupéry na apresentação de um glossário da publicação mencionada: a obra aborda todos os problemas da destinação humana e das condições do homem.
Tinha perdido com o tempo o contacto com os Fonscolombes. André já falecera, mas seu primo irmão, Bennoit de Fonscolombe, lembrou-me, neste ano, traços marcantes do diplomata-intelectual e de sua extrema generosidade. Foi graças ao Baron de Fonscolombe e a sua prima Simone que me encantei com a obra de Saint-Exupéry, que será motivo de posts futuros. Li sua opera omnia, apreendendo reflexões densas e profundas. Foi tão marcante essa influência que, em 2004, acometido de um linfoma com prognóstico plúmbeo, a levar-me a muitas sessões de quimioterapia, pensei à noite, poucas horas após o diagnóstico: qual o livro mais marcante dentre todos aqueles que me fizeram companhia ao longo da existência? Precisaria encontrar o equilíbrio a partir da família, dos amigos verdadeiros, da música, da fé e da leitura. Esta poderia corroborar a paz interior necessária a tudo suportar. Veio-me a mente Citadelle. Durante um ano e meio reli, antes de dormir, duas ou três páginas e refletia. Finalizei a leitura, quase quarenta anos após a primeira visita à obra. Realmente um monumento. Ajudou-me a reencontrar a paz relativa sempre almejada. A saúde sub judice, nessa trégua que me foi concedida por um Poder Maior, faz-me entender ainda mais o maravilhamento de Citadelle e…da vida, através do fervor, uma das palavras paradigmáticas do livro. E tudo teria começado através da inefabilidade dos textos lidos por Simone de Saint-Exupéry. Citadelle, corolário de tantas outras obras do autor: Courrier Sud, Vol de Nuit, Terre des Hommes, Pilote de Guerre, Le Petit Prince…

My friendship, back in the fifties, with Baron André de Fonscolombe and his cousin, Simone de Saint- Exupéry, who was the sister of the French writer Antoine de Saint-Exupéry. It was thanks to Simone and the Fonscolombe family that I was made familiar with the remarkable book Citadelle (translated into English as The Wisdom of the Sands), a collection of the writer’s reflections about humanity, published posthumously as a series of parables. A most extraordinary book, which I recently read once again and that helped me through a serious illness.

Entender o Espírito Essencial

J.E.M. e alunos - Gent, Bélgica. Crayon, Yves Dendal, 2000

On peut tromper la vie longtemps,
mais elle finit toujours par faire de nous
ce pour quoi nous sommes faits.

André Malraux

Jorge é um aluno de outra unidade da Universidade de São Paulo. Aplicado discípulo da complexa área das Exatas. Procurou-me, pois é assíduo visitante de meu blog, que conheceu através do guia mensal de música erudita, Concerto. Lera os textos O Drama da Pós-Graduação (21 de Junho), Concurso e Concursos (9 de Julho) e Interpretação Musical (21 de Setembro) e estava com perguntas bem definidas. Fiquei feliz ao conhecê-lo e ao sentir o seu entusiasmo pela música, pois disse-me praticar piano amadoristicamente. Convidei-o para um café e conversamos uns bons momentos a respeito dos temas. Prometi a ele colocar um post sobre a matéria, motivo de nosso diálogo mantido durante pouco tempo, infelizmente. Teríamos de retornar às aulas, ele aos números, eu aos sons.
Desde o meu ingresso na USP, sempre entendi que a formação de um aluno, seja em qual área estiver, tem de ser harmoniosa, a contemplar várias categorias do conhecimento. O resultado nesse caso, quando o formando deixa os bancos universitários, é significativo, e entendo que ele preencherá os quesitos que a sociedade dele espera, a saber, atender com competência a coletividade.
É sempre bom lembrar que o professor universitário deve ter em mente princípio que tem origem na Idade Média, o Studium Generale, caminho seguro para que o discípulo tivesse formação sem arestas. Universidades recebiam esse título da Igreja ou da realeza, salvaguarda da excelência. Doutores pertencentes à Universidade assim considerada mereciam a maior respeitabilidade. A Universitas teria a incumbência absoluta de zelar para que o desiderato do conhecimento pleno fosse alcançado na Europa medieval. Aliás, a etimologia da palavra Universitas já estaria a apontar para essa dimensão de universalidade. Ampliar os horizontes do conhecimento. Mutatis mutandis, a Universidade Pública no Brasil deveria sempre estar atenta a essa abertura, pois ela subsiste mercê dos impostos pagos pelo contribuinte.
No quarto de século em sala de aula no campus da USP, a todo início de ano deparo-me com uma pergunta recorrente, relacionada à atividade musical. Questionam-me se preparo, na Universidade, aluno para concurso de instrumento, no caso, piano. A minha resposta, conhecida por gerações de alunos, é sempre a mesma: não. Calmamente respondo que é questão de estilo. Complemento, a afirmar que os bancos universitários existem, como cláusula pétrea, para a formação plena, guardando-se especificidades, e que o músico intérprete, entendendo-se aquele capaz de apreender as várias áreas formadoras do verdadeiro profissional, tão mais abrangente será quão maior for a sua visão. Na especificidade piano, direciono o olhar ao repertório expandido, a compreender períodos e estilos. Atingir nível técnico amplo é imprescindível, mas a virtuosidade, um de seus itens, entraria como um meio necessário, jamais um fim. A se considerar o aprofundamento nos conteúdos de outras disciplinas musicais, a integração deveria sempre, em conditio sine qua non, incorporar a cultura geral – compreendida a projeção voltada às leituras -, as outras artes, o político-social-econômico, o conhecimento de outras línguas e de outros povos e as captações conscientes do cotidiano. Expressara essas idéias a Jorge, quando ouvi notas fortes de um pica-pau-de-banda-branca e o canto de sabiá laranjeira em árvores próximas. Continuaria as divagações, a dizer ao jovem atento que, se olhasse para o alto, veria, nesta primavera, as árvores floridas do campus e os pássaros a cantar, se olhasse para o chão, a cena com mato não cortado e papéis jogados, a revelarem que nossa verdadeira aspiração deveria sempre estar voltada para as alturas. O espaço aberto impede as viseiras e afugenta o canto da sereia.
Entendo, sob a égide de princípios, que a Universidade deve incentivar os mecanismos que propiciem o desenvolvimento completo do aluno. No caso da Música, há Conservatórios e Escolas de Música, ou mesmo professores particulares, que direcionam o discípulo à tipificação representada pelos concursos. Esses são os espaços consagrados através da história. Outra sendo a carga de disciplinas que compõem o todo estruturado para a formação do aluno, aquelas categorias de instituições ou o mestre particular têm toda a liberdade de instruir o jovem intérprete que busca a quantidade de concursos de instrumentos existentes. É uma prerrogativa a ser respeitada. Sob outro patamar, a proliferação de concursos, a condução muitas vezes distante da ética em tantos certames e a necessidade dos holofotes voltados ao duo magister/discipulus podem camuflar lacunas que estarão a ser sentidas ao longo da trajetória do intérprete. E estas tendem a ser definitivas. Há número incalculável de premiados. Quantos atingiram níveis satisfatórios ao longo da vida? Se o concurso para aferições tem sua importância, deve-se contudo entender que apenas a integração harmoniosa será recompensada, mesmo que as luzes acesas pela mídia focalizem, por período razoável, triunfantes ocasionais. Corroborando a colocação, Jorge perguntara-me se eu teria passado pelo período dos concursos. Primeiramente, disse-lhe que extraordinários intérpretes jamais se submeteram a concursos que, tal como remédios, podem ter efeitos colaterais. Sim, concorri no país e no Exterior e os resultados no todo foram bons. A minha bolsa para França foi conseqüência de uma das premiações no I° Concurso de Piano da Bahia, no longínquo 1958, quando concorreram nomes referenciais como Antônio Guedes Barbosa, Artur Moreira Lima, Fernando Lopes, Sônia Goulart e Luís Medalha. Nos de além-fronteiras, dois dos mais importantes do mundo. É bom confrontarmo-nos com a elite, sentir a emoção e entender estágios de aperfeiçoamento. Quando concorri no II Concurso Internacional de Piano Tchaikowsky em Moscou, no ano de 1962, e algumas das gravações, ao vivo, estão hoje em CD, os vencedores foram Vladimir Ashkenazy e John Ogdon. Contudo, a preparação para os concursos era parte integrante de minha formação e o repertório tipificado de certames, apenas parcela de obras fundamentais para piano que estava a estudar em Paris sob a orientação de Marguerite Long e Jean Doyen. No geral, os programas desses concursos são bem convencionais, a explorar básicos princípios da virtuosidade. O grande pianista e regente Philippe Entremont, em entrevista recente, lembra uma palavra-chave, já largamente difundida na década de 50, ou seja, que o concorrente é uma “bête” à concours, pejorativa, é certo, mas a traduzir realidades. Se em muitas décadas anteriores havia poucos concursos de níveis diferenciados no Exterior, esse número aumentou, mercê da influência mediática voltada à proliferação de competições esportivas: circuitos de tênis, vôlei, atletismo, infinidade de torneios futebolísticos. É a globalização plena, a revelar talentos de muitos países para, tantas vezes, eclipsá-los logo após, pela necessidade da visualização dos próximos. Concursos instrumentais no Brasil são abundantes. Temo sempre pela qualidade. Vencedores de batalhas que dificilmente subsistirão à “guerra” do mercado. Se um triunfante não for músico-artista na acepção, ficará sempre o atestado de hábil instrumentista, mesmo que reconhecido, e estes se contam às centenas. Reza um preceito oriental que, por mais que tentemos lavar um carvão, jamais ele adquirirá brancura.
Em se tratando da essência essencial da Universidade, o princípio direcionado à pura confrontação de concorrentes é questionável. Induz o aluno a quantificar a sua concentração unicamente em um foco, desviando-o – há sempre exceções – da formação abrangente, única salvaguarda para o não estreitamento das idéias. A função da Universidade estaria a ser reduzida e haveria um capitis deminutio na harmoniosa edificação do graduando. Inclusive, aconselho meus alunos, a freqüentarem disciplinas oferecidas pela Universidade, como História, Psicologia da Educação, Literatura, Filosofia, para ampliação dos conhecimentos.

J.E.M. e alunos na USP - Crayon, Maria Fernanda Martins Rosella, 2007

Durante todos esses anos tive gratas revelações, tanto entre alunos que se inscrevem no curso de instrumento principal, como entre os que estão a estudar o chamado instrumento complementar, necessário à formação integral de um aluno de música. Seria, contudo, entre os alunos desta categoria que os debates sobre música são mais enriquecedores. Os resultados que obtive em ambos os compartimentos foram surpreendentes e, para meu gáudio, alguns ex-discípulos têm hoje lugar de destaque como músicos no Brasil e no Exterior. Nomear alguns, fatalmente, far-me-ia esquecer outros atuando meritoriamente. Todavia, asseguro, representam um orgulho para a universidade.
Jorge, ao saber que as aulas de instrumento são basicamente individuais, questionou-me se tenho monitor, devido ao natural afluxo de alunos. Salientei que a figura do monitor é contemplada pela legislação uspiana, portanto a presença dele é prática em muitas áreas da universidade. Ponderei a seguir que, curiosamente, sempre há dois ou três alunos excedentes que me procuram após o início do ano letivo, a dizer que prefereriam estudar com professor e não com monitor. O fato leva-me a algumas perguntas: esforçaram-se para entrar em importante universidade, a fim de serem orientados por “quase” colegas, pois em faixa etária bem próxima e sem o embasamento necessário, ou pelo professor, que passou por concursos acadêmicos para este mister? Buscam a transferência de conhecimento adquirido por um docente, ou aquela ainda em “formação” de um monitor? Considerando-se que nosso compromisso assinado com a universidade supõe as duas categorias, principal e complementar, entende certa – apesar de legitimada – a decisão de “outorgar” a um monitor a sacra tarefa de ensinar? Obviamente, a resposta é sempre não. Acredito profícua a existência de monitor competente, geralmente ligado a um programa de pós-graduação. Contudo, entendo também que o aperfeiçoamento se dará se acompanhado, em sala de aula, do professor, única referência para que o monitor capte ensinamentos preciosos. O equívoco seria deixá-lo a assistir um aluno com poucos conhecimentos, pois alguns dos questionamentos deste requerem uma bagagem de experiência cultural, geralmente ainda não sedimentada pelo monitor.
O prazer do docente viria da diversificação. Ao discípulo de instrumento complementar há material enriquecedor. Àquele que estuda composição, o conhecimento que terá de pequenas obras de autores referenciais, possíveis de serem por eles interpretadas, desvelará o estilo de um autor. Poder-se-ia dizer, o multum in minimo, indispensável ao seu próprio futuro como compositor; àquele que estuda canto, saber acompanhar lieder, dará a intimidade piano-canto; experimentar um piano e sentir a essência de seu som serão indispensáveis à vida musical dos instrumentistas de arcos ou de sopros. E nessas aulas, o discutir estética, estrutura, estilo e história enriquece a ambos, aluno e professor. Se monitor houver, sairá com maiores conhecimentos. Essa metodologia passa a ter sentido quando aplicada aos alunos de piano principal. Observar o vasto repertório, não necessariamente o mais ventilado, mas o mais substantivo na apreciação totalizante; distinguir estilos e, entre estes, a própria evolução estilística de um mesmo autor; entender seus ascendentes, pois todo compositor os tem; sugerir leituras complementares sobre música, temas pertinentes ou literatura de qualidade; evidenciar o prazer que se tem ao interpretar uma obra, dela sabendo extrair conteúdos essenciais, sem a finalidade do impressionar, mas sim do transmitir. Servir à música e, por extensão, ao espírito de universalidade que deve reger a Academia, parecer-me-iam os princípios basilares, sem os quais corremos o risco de superestimar egos. A nossa missão é extraordinária, e o caminho já percorrido dá-me a certeza de que a escolha da trajetória foi um maravilhamento.

The Missions of the University

As a pianist and after a quarter of a century as a university teacher, I am often asked if at the university I prepare students for piano competitions. My answer is always no. Far from being against such contests, my position simply means I do not think this is the mission of an institution of higher education. This is more suitable for conservatories and private music teachers, both free to gear each lesson to the individual needs of those who want to participate in the many musical competitions available nowadays.
In my view and according to principles that date back to the Middle Age, the commitment of teachers at a University, particularly when it is funded by the state, should be focused on teaching not only the performance side of music, but also on providing students with a wide and critical knowledge of the musical repertoire – its history, its theory, its social and cultural contexts -, on suggesting good music literature, on stressing the importance of extracting from a piece of music its inmost contents so as to be able to convey ideas and emotions in an imaginative way. In other words, to develop practical and theoretical skills essential to thinking musicians in any field, a solid musical grounding much in accordance with the spirit of universality already implied by the etymology of the word “university”.
I also comment on the role of teaching assistants and how important it is for them to work under a teacher’s guidance.