Navegando Posts publicados em janeiro, 2013

Respostas às Sábias Perguntas

Y aura-t-il  la nécessité à terme, dans la “guerre” psycologique artificielle
installée entre les différents courants et langages de la musique actuelle,
d’imposer un moratoire  pour que ne surgissent pas des incompéhensions définitives
qui pourraient nuire à l’essence de la musique
dont la base devrait être communion et harmonie ?
François Servenière (uma das perguntas destinadas à Témoignages)

Dans des textes précedents, vous avez fait preuve de méfiance
vis-à-vis de certains congrés et des actes de ceux-ci,
comme par rapport à d’autres publications universitaires.
Est-ce que vous maintenez cette position assez polémique ?
J.F. Bannwart (uma das questões propostas)

Após a participação em duas bancas de doutorado na Université Paris-Sorbonne em Janeiro-Fevereiro de 2011, a ilustre professora Danièle Pistone chama-me à sua sala e convida-me para ser um dos personagens da série “Témoignages”, uma das publicações do atuante Observatoire Musical Français, do qual ela é diretora. Senti-me honrado, mormente pelo fato de que três respeitadas figuras me precederam: Maria Paz Santibañez (2008), Jean-Louis Orengia (2008), Serge Nigg (2010). Sobre este último, notável compositor e pensador francês, escrevi um post (vide Serge Nigg – Captar o Passado, Apreender o Presente, Presentir o Futuro, 04/03/2011). O presente livro, José Eduardo Martins – un pianiste brésilien (Entretiens avec José Francisco Bannwart & François Servenière, 122 p.), publicado pelo OMF sob a égide da Université Paris-Sorbonne, teria gestação de mais de um ano.

Madame Danièle Pistone deu-me a liberdade da escolha de um ou dois entrevistadores. José Francisco Bannwart, doutor en musicologia pela Sorbonne, e François Servenière, compositor e pensador francês, foram os preferenciados. O primeiro, pelo longo convívio desde os tempos da Universidade de São Paulo, quando foi meu aluno em curso de extensão, tendo realizado posteriormente brilhante mestrado sob minha orientação. Integrei o júri que avaliou sua consistente tese de doutorado, defendida junto à Université Paris Sorbonne. Morou em Paris durante oito anos, ficando responsável não apenas pela formatação de Témoignages 4, como formulando e colhendo perguntas pertinentes de músicos franceses. Mantenho com François Servenière, compositor e pensador francês, uma assídua correspondência, principalmente depois do início de 2011. São mais de 700 páginas em que discutimos música, artes, literatura, política… Tendo escrito substancioso texto sobre todos os meus 22 CDs gravados no Exterior, competiria a ele formular segmento de perguntas objetivas, intrigantes e substantivas. Coube ao grande amigo parisiense, Antoine Robert, a tarefa da revisão de meu texto em francês.

Témoignages nº 4 está dividido em três partes precisas. Nas extremas, Bannwart busca entender primeiramente os primórdios de minha formação, meus estudos em França com mestres insofismáveis, como Marguerite Long, Jean Doyen e Louis Saguer.  Brevemente abordo metodologias por eles empregadas, o meio musical e a crítica em França, a cultura geral que veio acoplada ao meu aprendizado, assim como as reflexões que surgiram após meu regresso ao Brasil, em que nítida defasagem no plano da cultura musical se faz ainda sentir, e a adaptação necessária, sem perder contato com o que se passava na Europa, tornou-se imperativa. Na terceira parte, Bannwart questiona e colhe impressões de músicos para formular perguntas referentes à Universidade hoje. Sou bem cético quanto aos rumos atuais da Academia e busco nessa parte sintetizar o que penso. Na universidade como um todo, e na área musical em particular, os problemas que se sedimentam e a presença da endogenia, que tantos malefícios traz à evolução do pensar criativo no campo teórico-prático; a burocracia soberana intramuros, o excesso de reuniões e relatórios preponderantemente infrutíferos; vocação x carreirismo; a pós-graduação e o simulacro representado por quantidade de teses aprovadas sem qualquer valor, mas que servem unicamente à ascensão de um mestre ou um doutor; o abandono de um tema por parte de tantos tão logo dissertação ou tese findas, o que traz um enorme prejuízo ao país que subsidiou tantas delas; a tragédia das publicações que não se debruçam mais acentuadamente sobre as contribuições internacionais relevantes.   

François Servenière criou as questões para a parte central de Témoignages nº 4. Poderia salientar que o notável músico francês estabeleceria uma ampla abertura para o debate. Suas perguntas, por vezes extensas e desdobradas,  possibilitaram a atenção sobre temas fundamentais, que compreendem a criação escrita para o cravo barroco interpretada ao piano; a interpretação da música francesa, mormente Rameau, Debussy e Fauré; a música contemporânea e seus problemas, quiçá impasses; a ininteligibilidade voluntária de certas tendências composicionais;  o desconhecimento do piano por parte de muitos autores hodiernos, que “insistem” apesar de escritas canhestras; aspectos a envolver a estética; o acaso; gravação e interpretação ao vivo e suas confluências; repertório pequeno maximizado em detrimento de um imenso tesouro voltado ao esquecimento;  a imperiosa necessidade do músico ter cultura ampla. São esses alguns dos temas tratados no segmento.

Em torno de Témoignages o calendário ultrapassou um ano. Responder a mais de 50 perguntas argutas, inteligentes e formuladas por experts  mostrou-se tarefa das mais complexas, mormente ante a diversidade do questionamento, a propiciar minha descentralização de focos concentrados. Polivalentes, multidirecionadas, abrangendo aspectos fulcrais ligados à música, as indagações de Servenière e de Bannwart (recolhidas de outros especialistas e suas também) estimulariam o entrevistado a confrontar-se unicamente com a essência temática relevante. Contudo, décadas acumuladas num caminho musical voluntário, o atual distanciamento das lides universitárias, graças à aposentadoria, fizeram-me apreender as questões como maneira de externar o meu de profundis.

A fim de comemorar a honrosa publicação, darei recital de piano em Paris no dia 28 de Janeiro, na série “Concert dans l’Atelier”. Coerente com o meu pensamento exposto em tantas respostas de Témoignages e ao longo dos posts, escolhi programa a privilegiar dois ilustres compositores que foram amigos e sofreram mútua influência: Francisco de Lacerda (1869-1934) e Claude Debussy (1862-1918), assim como três peças de François Servenière dedicadas ao compositor português nascido nos Açores.

O livro Témoignages nº 4, José Eduardo Martins, un pianiste brésilien (Entretiens avec José Francisco Bannwart et François Servenière), publicado pelo Observatoire Musical Français sob a égide da Université Paris-Sorbonne, está a ser lançado. Esse livro ficará disponível ao preço de E$ 8 sob pedido encaminhado ao seguinte endereço: Observatoire Musical Français, Université Paris-Sorbonne, 1 rue Victor Cousin 75005 Paris, ou par émail à omf@noos.fr .

Next week Sorbonne University will release my book – the 4th of the “Témoignages” series – in which I address a variety of issues related to the musical career: my early studies in Paris and the problems faced upon my return to Brazil; bureaucracy and rampant careerism at the universities; musical societies and their aversion to risks; piano performances of the Baroque repertoire; the interpretation of French composers, in special Rameau and Debussy; contemporary trends in modern classical music. Most of the questions have been posed by the French composer and intellectual François Servenière and José Francisco Bannwart, PhD in Musicology from the Sorbonne. On the occasion, I will give a recital with works by Debussy, Francisco de Lacerda and François Servenière.

Uma Existência a Cultuar a Música

Eu pergunto: porque é que nossas cartas não se perdem?
Se recebem sempre (…)
Sempre ouvi dizer que só se perdem as cartas que nos convém…
Naturalmente, se não são mandadas por via aérea
e esperam ainda os barcos do século passado,
é natural que nunca mais cheguem.
Júlia d’Almendra (carta a JEM. 06/12/1982)

A justa homenagem prestada nos últimos meses de 2012 pelo Centro Ward de Lisboa, com a colaboração da Direcção do Patrimônio Cultural (DGPC) e da Diretora do Museu da Música, à insigne musicista Júlia d’Almendra, na louvável Exposição “Evocação de Júlia d’Almendra nos 20 anos de seu falecimento”, rememora uma das mais expressivas figuras da música em Portugal, com ampla atividade no século XX em várias áreas da práxis e do pensar musical.

Deve-se ao Centro Ward de Lisboa – Júlia d’Almendra, dirigida pela competente gregorianista e educadora musical Idalete Giga, a manutenção de uma chama acesa por sua mestra – fundadora do  Centro de Estudos Gregorianos, criado em 1953 e estatizado em 1976, passando a denominar-se Instituto  Gregoriano de Lisboa – que a duras penas permanece acesa.

Meu relacionamento com Júlia d’Almendra surgiu em torno de Claude Debussy. Sabia de  sua alta competência na matéria, pois lera sua tese apresentada junto ao Institut Grégorien de Paris (Les modes grégoriens dans l’oeuvre de Claude Debussy. Paris, Gabriel Enault, 1947-1948), e conhecia outros artigos relevantes da autora sobre o compositor francês. Atravessei  o Atlântico em 1981 para conhecer sua opinião sobre meu livro O som pianístico de Claude Debussy (São Paulo, Novas Metas, 1982). Três noites de intensa sabatina e um prefácio não esperado pelo autor, escrito por Júlia, selaram uma amizade que perduraria até sua morte.

Evocar Júlia d’Almendra é prazeroso e reconfortante. Poucas vezes conheci uma personagem musical tão desprovida de vaidade. Generosa em todos os sentidos, durante anos abrigou-me em sua morada, Rua da Alegria, 25, 1º andar, todas as vezes que me deslocava a Portugal para recitais ou palestras. Jamais me negou uma informação musical sobre quaisquer temas, mormente Debussy. Sua rica biblioteca ficava à minha inteira disposição e todo um dimensionar da notável musicista ficaria claro quando me ofereceu, com seu despojamento peculiar, todos os livros preciosíssimos concernentes a Debussy. Bibliografia muito rara, pois referente às obras escritas sobre o autor de Pélleas et Mélisande na primeira metade do século XX.

Quando tinha dúvidas na imensa área da música modal, Júlia as dirimia com paciência absoluta, não apenas fazendo gráficos sinuosos, a fim de mostrar-me os contornos do canto gregoriano, a agógica e sua finalidade expressiva, a acentuação a ratificar o fluxo da prosódia,  mas também a dar conselhos que me serviriam doravante no trato da linha musical. Assim também Júlia sempre entendeu Debussy, compositor que, segundo a grande mestra, sorveu dessas linhas sinuosas e do modalismo como um todo, seja gregoriano, seja ele vindo do leste europeu ou do Extremo Oriente, parte essencial para sua escrita musical.

A imensa troca de missivas entre nós ficaria sintetizada em artigo que escrevi sobre o tema (“A Transparência através das Cartas”. In: Júlia d’Almendra – In Memoriam. Lisboa, Centro Ward de Lisboa, 2004, pp. 13-23). Posteriormente doaria essas cartas ao Centro Ward, que leva o seu nome.

Desse convívio musical, verdadeira lição de vida, sobraria muito tempo para o cotidiano: as conversas descontraídas que se prolongavam durante a madrugada e que começavam em sua sala de jantar, quando tomávamos uma sopinha regada a um bom tinto; nossas refeições no Ribadouro, quando tantas vezes a dileta amiga Idalete esteve presente; as visitas às doçarias; os passeios pelas cercanias de Lisboa; as viagens a Tomar, onde em três oportunidades me apresentei em recitais promovidos pelo Conservatório dirigido pela também saudosa Manuela Tamagnini; o olhar sempre a entender a natureza sob a égide espiritual…    

Como curiosidade, aprendi com Júlia a disciplina do sono, se assim ouso dizer. Certo dia afirmou-me que, por volta de seus 40 anos, percebera que dormia muito e tinha pela frente uma série de projetos para serem realizados em decênios. Passou a reduzir periodicamente quinze minutos do precioso sono, até chegar a 4 horas, não mais, do reparador descanso. E doravante assim levou sua vida por mais de 40 anos. Aprendi com Júlia essa ‘técnica”, que  mantenho até hoje, frise-se, de maneira não tão rigorosa.

Júlia d’Almendra é dessas figuras de que jamais nos esquecemos. Foi-se, mas até hoje sinto-a caminhar ao meu lado nesse longo passeio musical. Inefável musicista e amiga.

Júlia d’Almendra was one of the greatest musical figures of the 20th century in Portugal. An expert in Debussy and Gregorian chant – she founded the Gregorian Chant Institute of Lisbon – she was honored with an exhibition in her memory by the end of 2012. In this post I recollect Julia’s personality and some good moments of our friendship, that began in 1981 and lasted till her death.

O Leitor como Destino

Só existem dois dias do ano que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro amanhã,
portanto hoje é o dia certo para amar,
acreditar, fazer e principalmente viver.
Dalai Lama

E chegamos novamente a uma cifra redonda. O contador é inflexível e apresenta uma realidade interessante. A curva lembra a de um cardiograma, sobe e desce, mas temporariamente atinge um pico não alcançado, para declinar a seguir. Essa cumeeira de tempos em tempos é superada e assim o blog caminha nessa flutuação ascendente, nas asas da imaginação.  

O fato dos temas serem diversos – abrangendo música, artes, cotidiano, política, resenhas e comentários, impressões de viagem, esportes – poderia indicar que giramos em torno de um núcleo. Contudo, a riqueza desses tópicos é tal que, como um leque, um universo de novas ideias está sempre a se abrir.

Madalena, colega dos anos 1950, perguntou-me há dois anos algo que me levou à reflexão. A mídia divulga resenha de livros que estão a ter vendagem expressiva e, tão mais comenta, maior notoriedade autor e obra passam a ter junto ao público. Há quase uma “histeria” quando se trata de obra super ventilada, não importando o seu valor intrínseco, desde que venha acompanhada de farta ação mediática. Disse-me ela, em tom quase nostálgico, que eu resenho livros novos, outros relativamente recentes e outros mais, segundo ela, “jurássicos”, mas não desprovidos de forte interesse. Respondi-lhe àquela altura que estamos diante de duas situações distintas. O livro recente é resenhado, um bem mais antigo, mesmo sob o olhar do observador, é comentado, pois já merecera ao longo dos anos, ou dos séculos, muitas resenhas e comentários, por vezes tratados e teses. Curiosamente, o tema levou-me a considerar leituras anteriores a partir de uma certa idade, pois tenho o prazer de reler obra que me agradou décadas atrás. Nossa finitude infalível dá-nos essa oportunidade da revisita, tantas vezes inesperada, a um determinado livro. Isso ocorre após observar a lombada de um volume em uma estante. Lembro-me dos momentos vividos a sorver a leitura, retiro o livro e uma surda alegria retoma seu curso. Anos atrás criamos a página Resenhas e Comentários (lista). Encontra-se ao alto, à direita do menu. Todas as obras lidas lá estão, com a data em que o post lhes foi dedicado desde que iniciei, em Março de 2007, a trajetória compartilhada. Sob outra égide, essa relação com o passado, sensorial, só pode existir com a obra impressa, uma das razões da salvaguarda do livro. Não saberia dizer se sob efeito do saudosismo, mas, quanto mais releio obras que me foram sensíveis, vivo uma sensação de visitação emotiva, à la manière do encontro com alguém de que gostamos e que o tempo distanciou. Continuarei atento ao presente, mas farei incursões periódicas ao passado. Não é essa metodologia que sempre apliquei à música, do barroco à contemporaneidade? Tanto na leitura, como na interpretação pianística, o amálgama realiza-se.

As Impressões de Viagens por vezes se confundem com o cotidiano, pois o olhar está a percorrer paisagens da natureza e humanas. Ficaria transparente que todos os meus deslocamentos geográficos têm finalidade musical. Não obstante, contemplar além do sonoro torna-se imprescindível.

Num momento de angústia notória, Zeca Pagodinho, famoso por sua popularidade musical, falou recentemente em Xerém, no Rio de Janeiro, o que milhões de brasileiros pensam dos políticos. Ao ver a destruição da região onde mora e o descaso das autoridades, disse, visivelmente emocionado: “Tenho nojo dos políticos”. Se por vezes, sem ser minha vontade, escrevo sobre a nossa triste realidade política nos vários níveis, na extrema morosidade de uma Justiça atolada em milhões de processos a serem julgados, na impunidade que destrói a ética, a moral, o respeito, na insegurança plena em que vivemos, no desprezo que governantes têm pela Educação e pela Saúde e, sob outra égide, no capitalismo irracional de nosso Brasil, é por imperiosa necessidade de fazê-lo. Princípio da panela de pressão. Em determinado momento…

A Música. Dedico-me quase que inteiramente a ela e não passo um só dia sem meu coloquial estudo pianístico. Este me leva ao aprofundamento além da partitura.

Por vezes há temas sobre as corridas de rua. Desde 2006 os três treinos semanais e as 57 corridas de rua trouxeram-me outra razão para o aprimoramento. Não há maldade entre corredores em atividade. As corridas de rua conseguem reunir nos trajetos legião de pessoas com o mesmo ideal. Jamais vi um corredor de rua mal humorado. O equívoco pode vir dos organizadores, como acentuei no caso da última São Silvestre, não dos atletas amadores. Nestes, um só sentimento. Bom, certamente. E é nas passadas ritmadas dos treinos que a inspiração dos posts surge. De madrugada, frente ao computador, é só vertê-la para o teclado.

Meus agradecimentos profundos a sete figuras exemplares em toda essa trajetória do blog: Regina Pitta, que revisa o post e escreve o resumo em inglês; Magnus Bardela, meu ex-aluno, amigo fidelíssimo e o sempre guru informático; Luca Vitali, o extraordinário designer, que capta determinadas leituras que a ele faço de pré-posts, criando desenhos que me surprendem; François Servenière que, diretamente de Blangy-le-Château, na França, em e-mails de rara densidade, disseca o blog da semana com sua fina percepção de compositor e pensador; Jenny Aisenberg, que pacientemente ouve minhas ideias para o post e transmite, via telefone, suas sensíveis impressões; Mônica Sette Lopes que, de Belo Horizonte, com regularidade desde os primórdios do blog, observa o conteúdo com o olhar de professora e juíza;  Elson Otake, amigo maratonista,  responsável pela minhas gravações introduzidas no YouTube e tantas vezes mencionadas nos textos.

Continuarei a digitar. A família me dá alento. Estimula-me sempre. Minha âncora profunda. Amigos escrevem me apoiando e até sugerindo temas que sabem que poderei acolher. O  fato é que não estou ligado a nenhum veículo de comunicação e isto, à maneira de um pássaro, dá-me a liberdade de pensar sem quaisquer pressões. Continuemos cúmplices. 

Last week my blog reached 300.000 visitors, leading me to reflect on the pleasure of posting an entry every week – a way to ponder upon life – and on how proud I am of such a large following – thanks in part to positive word-of-mouth from readers. In this post I recall the subjects that are dear to me, thanking visitors for sending me stimulating messages and expressing gratitude for the services of those who, behind the scenes, help me in this endeavor.