O Descrédito do Governo e do Partido que o Monitora

Resta ao Congresso descobrir
que todo o poder emana do povo,
e cumprir a ordem berrada
em quase 500 pontos do território nacional:
Fora Dilma!
E chega de PT.
Augusto Nunes

O último post provocou inúmeras observações, mais ou menos ponderadas, todas criticando a lamentável situação por que passa o Brasil desgovernado. Acredito que as notícias veiculadas pela mídia envolvendo o último ex-presidente têm corroborado para o descrédito que a maioria da população deposita hoje no governo, no Partido dos Trabalhadores e em seu único líder, o último ex, pois a atual presidente está rigorosamente sem qualquer credibilidade.

Chamou-me a atenção matéria publicada na Folha de São Paulo, sob o título “Lava Jato investiga presentes de Lula guardados em cofre do Banco do Brasil” (artigo de Leandro Colon Aguirre Talento, Brasília, 11/03/2016), e que explicita que o “Juiz Sérgio Moro determinou a intimação do ex-presidente Lula sobre presentes recebidos por ele que estão guardados num cofre de uma agência do Banco do Brasil”. Continua o articulista: “Entre o material está um crucifixo alvo de polêmica em 2011 por Lula tê-lo levado do Palácio quando deixou Brasília”. Prossegue: “Na época, a assessoria da presidência afirmou que o objeto pertencia ao petista”. Quantas não foram as fotografias oficiais de ex-presidentes no Palácio do Planalto, tendo ao fundo essa bela escultura barroca em madeira a representar o Cristo? Há uma, divulgada amplamente, em que aparece o presidente Itamar Franco (1930-2011) e, sobre a parede, o crucifixo. Imagem pertencente ao acervo do Estado Brasileiro. Teriam sido localizadas 23 “caixas lacradas”. Continham mais de 180 “objetos classificados como joias e obras de arte”. Todo o material estava numa agência do Banco do Brasil em São Paulo. No “acervo” havia inúmeras peças recebidas quando da troca de presentes entre mandatários em encontros oficiais. Obras de arte e joias que também pertencem ao Estado, pois não foram dadas ao presidente, mas ao país, e que doravante deveriam fazer parte do patrimônio brasileiro. Se vigorasse essa “privacidade” apontada acima haveria lacuna irreparável nos bens da República nesse compartimento tão expressivo como a reciprocidade da troca de oferendas entre mandatários. Países do hemisfério norte têm museus que abrigam esses presentes oficiais. Não seriam esses atos referentes às obras de arte do Estado, “privadamente” encaixotadas e retiradas do Planalto, assim como a não obrigatoriedade da língua portuguesa nos currículos, ainda em ebulição acirrada, fatos evidentes a corroerem arte-literatura? Fatos apropriados à eliminação de passado de que nos orgulhamos. Reiteradamente, o “ungido” tem menosprezado o que se refere às letras e à política de épocas anteriores à sua aparição, mais evidente a partir de 2003.  Ter levado do Planalto bens do Estado não mereceria um termo que o leitor certamente já tem em mente? Para não dizer que a retirada de utensílios e obras de arte pertencentes ao patrimônio da República é crime.

Desse passado a ser obliterado e com o tempo “esquecido”, escreve o compositor e pensador francês François Servenière: “Que situação a de encontrar em seu país socialista os mesmos processos de atentado ao ensino de história e das línguas antigas. Que espanto e, ao mesmo tempo, quão pouca surpresa! Não veicularia o socialismo, sempre, os mesmos valores de mediocridade?”. Esconder o passado através de ação ilegal (obras de arte e joias) e apagá-lo de maneira também voluntária instituindo, com o passar das décadas, a “norma popular” linguística a vigorar como “aprimoramento” do povo, tem certa semelhança.

A ilustre especialista em canto gregoriano e em educação musical portuguesa Idalete Giga acompanha com atenção a situação brasileira. Comenta meu último blog de maneira enfática: “O seu post  “Pátria Educadora” às Avessas – Triste Realidade mostra , de facto, o completo desnorte do (des)governo brasileiro e de toda a trupe corrupta que o apoia. A notícia, divulgada pelo Diário de Notícias, sobre a morte anunciada da Literatura Portuguesa nos currículos escolares brasileiros deixou-nos muito tristes. Como é possível que se tome uma tal decisão criminosa? É terrorismo cultural. É ignorância. É tirania. É fanatismo (!) É uma punhalada na Cultura Luso-Brasileira. É o pedantismo de uma certa esquerda totalitária, inimiga do povo brasileiro e português. Nunca desejei tanto como agora a queda dessa corja de bandidos que se apoderou do Poder, enganando e lançando parte do povo brasileiro na mais completa ignorância. Tais bandidos são os verdadeiros mestres da tirania, do despotismo mais abjecto (!!!!!)”. Os atuais mandatários esquecem, deliberadamente ou não, que o Exterior está atento e notícias bem consensuais são publicadas diariamente nos países mais desenvolvidos e dão conta do que Idalete Giga indica como (des)governo.

Lembremo-nos que todo o projeto voltado aos currículos escolares está afeito ao Ministério da Educação, que teve nesses dias lamentável e comprovado testemunho gravado, no qual o atual ministro da pasta, Aloisio Mercadante, compromete-se de maneira vexatória no affaire Delcídio do Amaral. Quousque tandem…

Pela primeira vez estive em uma manifestação de rua em São Paulo, realizada no domingo, 13 de Março, na Av. Paulista, a fim de protestos contra a corrupção, o desgoverno, o “Fora Dilma” e também a favor da punição do ex-presidente Lula. Jamais poderia antever a magnitude do ato público que transcorreu na mais absoluta tranquilidade. Tive de parar o carro a dois km do evento, uma quadra antes da av. Brasil e subir pela rua Veneza e, após, pela alameda Campinas. Verdadeira multidão subia esta última via e outros tantos manifestantes já estavam a descer. A grande maioria com camisetas amarelas. Muitos carregavam a bandeira brasileira. O verde-amarelo pontificou, mas não faltaram as cores azul e branco também de nossa bandeira. Da alameda Santos até à avenida Paulista foram mais de 20 minutos, pois tinha-se uma massa monolítica. Na realidade, em toda a longa extensão da mais renomada avenida de São Paulo. Lá estavam uma das filhas, três das netas e genro. Comovente. O hino do Brasil foi cantado pela multidão. Aderimos e cantamos o nosso hino inteiro e a plenos pulmões. Cidadania. Pesquisas preliminares deram números relativamente próximos quanto aos participantes: 1.400.000, 1.800.000 e até 2.500.000. Descabidamente, e sob quais propósitos (?), uma outra vez a contagem do jornal Folha de São Paulo insistiu em números que variavam de 450.000 a 500.000. Acachapante,  pois a metodologia da empresa não refletiu a verdade. A entrada e saída de participantes da manifestação cívica, durante horas, era notória na av. Paulista, nas paralelas e nas que davam acesso à nossa via cantada em prosa e verso. No Brasil inteiro foram sete milhões que saíram em protesto!!!

François Servenière escreve, após ler periódicos e auscultar a mídia televisiva em França: “O povo se ergue contra a ignomínia. Sondagens evidenciam a vontade do povo a favor do impeachment num nível de 90%, não apenas para ela, mas também para seu séquito corrupto. Li ontem na imprensa francesa que o ex-presidente Lula gostaria de ser ministro do atual governo, a fim de se salvar de processos de corrupção. Que horror! Pessoas como ele são desprovidas de quaisquer escrúpulos e não têm limites à imoralidade. Espero que esse episódio político, que deverá acabar um dia por um processo amplo, sabendo-se lá o que ocorrerá nesse período, dê ao povo brasileiro uma boa lição de política, mesmo salientando-se que a memória histórica dos povos é em geral muito curta”. Após as inúmeras e desastrosas gravações reveladas no último dia 16 de Março, escreveu-me: “Frases do sr. Lula descrevem a realidade de países totalmente corrompidos, em regra geral, mas descreve a imoralidade que reina ontologicamente no socialismo. Lula gangrenou o seu país. A corrupção já existia na América do Sul antes de Lula, mas ele foi além do abjeto. Mais eles pregam a moral, mais eles estão apodrecidos até os ossos”. (tradução JEM).

Para reflexão: Qual o brasileiro consciente que não tem orgulho de nossa bandeira e de suas cores? Símbolo excelso do país, inexiste nas passeatas promovidas pelo PT e frequentadas pelos militantes, sindicatos e movimentos MS…. A invasão de bandeiras e estandartes vermelhos, característicos da ex-U.R.S.S. e de tantas outras Repúblicas com ideologia decorrente, é a cor do PT, das entidades sindicais simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e de movimentos agregados. O último ex orgulha-se de participar das manifestações vestindo camisas rubras. Ideologia e cor, imitação em dose dupla, frise-se. E as nossa cores? Quem realmente está com o Brasil? Para reflexão, insisto.

This post addresses the many messages I have received discussing the suppression of Portuguese Literature from school curriculum, proposed by the Ministry of Education, and also the demonstrations last Sunday, when millions of Brazilians – fed up with the biggest corruption scandal ever and the economic crisis – joined rallies across the country in a nationwide call for Dilma Roussef’s impeachment and also targeting former president Lula and the Workers’ Party. Estimates say that around 7 million Brazilians took part in the demonstrations. My family and I were among them.